domingo, 20 de maio de 2012
sábado, 12 de maio de 2012
NOTÍCIAS DA SEMANA
Por Miriam Leitão
Blog da colunista
Inflação acelera - A inflação mostrou força em abril, ao acelerar para
0,64%, triplicando em relação a março. O IGP-DI e o IGP-M também subiram.
Os
vilões do IPCA foram cigarros, salários de empregadas domésticas e remédios.
Nos IGPs, a pressão vem do câmbio. Até há pouco
tempo, ajudava, porque estava baixo e vários produtos
registravam deflação, como os bens duráveis. Agora, no entanto, parou
de ajudar; a moeda americana vem se valorizando em relação ao real.
Em
seminário no Rio, o presidente do BC, Alexandre Tombini, fez uma análise do
regime de metas de inflação antes e depois da crise. Acha que se fortaleceu, já
que outros países passaram a adotá-lo, mas disse que "a estabilidade de
preços é condição necessária mas não é condição suficiente". Ele deu esse
recado lá. Nos últimos dias, houve discussão em torno da autonomia da
instituição, se o BC não estava perdendo um pouco de sua liberdade para subir
os juros, em caso de necessidade.
Governo x bancos - O governo quer que os juros caiam, o que é bom para a
economia como um todo, mas esta semana o Palácio do Planalto ficou bravo com o
economista-chefe da Febraban que, em relatório, teria colocado uma frase
inapropriada na visão do governo ("Alguém já disse que você pode levar um
cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber a água").
Depois, os bancos pediram desculpas.
JBS e Delta - A holding J&F, que controla a JBS, vai assumir o
controle da Delta, empreiteira envolvida no escândalo do bicheiro
Carlinhos Cachoeira. Isso causou muita discussão: é adequado ou
não? O BNDES é sócio da JBS, empresa mais importante da holding.
Europa - No
domingo passado, houve eleições na França e na Grécia. Sarkozy perdeu e
François Hollande, como se sabe, foi eleito, dizendo que "a austeridade
não é uma fatalidade". Merkel, da Alemanha, rebateu, dizendo que não
se pode mexer no pacto fiscal, mas depois fez um gesto de boas-vindas. Hollande
acha que é preciso discutir, também, crescimento.
Já
a Grécia continua piorando, ainda não conseguiu formar um governo de
coalizão e poderá ter novas eleições. A taxa de desemprego aumentou para 21,7%.
A Espanha,
que sofre com recessão e falta de empregos, estatizou um dos bancos em
dificuldades, o Bankia. As bolsas europeias caíram esta semana.
Rússia:
Vladimir Putin tomou posse pela terceira vez como presidente da Rússia.
CPI do Cachoeira - Esquentou a briga esta semana, porque os governistas
acusaram o procurador-geral da República de não ter dado a devida divulgação à
investigação da PF, queriam que fosse depor, mas se recusou. Ele reagiu à
pressão dos governistas, dizendo que é medo da posição dele no julgamento do
mensalão. E o Supremo apoiou o procurador-geral da República. Foi um momento de
tensão entre as instituições.
UMA CPI PARA A MÍDIA
Jornalista
A campanha do PT
contra a imprensa reincide em velhos jargões autoritários do passado,
cometendo, desta vez, um erro crasso: o de querer fulanizá-la. O repórter de Veja,
Policarpo Junior, tornou-se o alvo da atual investida. E o que fez ele?
Cumpriu sua
função. Ouviu uma fonte – no caso, Carlinhos Cachoeira -, em assuntos no quais
o contraventor tinha mais informações que a própria polícia. Separou o joio do
trigo e utilizou o que convinha às investigações que fazia.
Qualquer um que
já tenha exercido o ofício sabe que é indispensável ouvir todos os lados
envolvidos numa história. Não importa se a informação está no inferno: terá que
buscá-la onde estiver. O que fará com ela são outros quinhentos.
Policarpo
publicou-a, prestando um serviço público; Demóstenes Torres, o senador,
vendeu-a a um contraventor.
Tim Lopes, o
repórter martirizado pelo narcotráfico carioca, subia os morros e conversava
com bandidos, em busca de notícia. Contribuiu, e muito, para expor ao público o
mapa do crime organizado do Rio de Janeiro e suas conexões.
O crime, porém,
não se faz presente apenas nas favelas e periferias. Há muito, chegou às
instituições e frequenta a Praça dos Três Poderes. Se o repórter quer mapear
esse submundo, será inútil conversar com políticos ficha limpa (que também os
há).
Eles podem apenas
compartilhar sua perplexidade, não informá-lo, já que não circulam no submundo.
Dependendo do assunto, terá que conversar com gente ainda pior que Cachoeira.
O equívoco de
fulanizar a luta contra a imprensa decorre de algo simples: se for comprovado
que o jornalista delinquiu, o órgão para o qual trabalha simplesmente o
demitirá, preservando-se. O mau jornalista passa, mas a imprensa fica.
Supor que
investindo contra esse ou aquele jornalista intimidará a instituição é, acima
de tudo, burrice. Exemplo disso foi o que ocorreu em 2009, quando a imprensa
divulgou a farra das passagens aéreas no Congresso.
Descobriu-se que
diversos parlamentares faziam uso indevido daquele privilégio. Alguns, então,
decidiram contra-atacar, na expectativa de inibir a ação da imprensa, revelando
o nome de jornalistas que haviam beneficiado.
Acabaram
prestando um serviço à própria imprensa, que, ao demitir os repórteres
infratores, mostrou-se desconectada de suas práticas. O mau jornalista passa,
mas a imprensa fica.
Os petistas que
decidiram eleger Policarpo como meliante e a revista Veja como instância
conspirativa apenas melhoraram o currículo de ambos.
Dependendo de
quem acusa e das alegações que faz – é o caso presente -, as acusações
transformam-se em atestado de idoneidade. Policarpo não precisa de defesa.
Sua carreira e o
próprio teor dos diálogos gravados pela Polícia Federal – em especial quando
Cachoeira queixa-se a um comparsa de que o repórter não retribui as informações
que recebe e que já desistiu de o cooptar - o isentam.
Já com seus
acusadores dá-se o contrário, embora tenham razão num ponto: de fato, faz-se
necessária uma CPI da Mídia. Urgente.
Não a pretendida
pelos acusadores do repórter de Veja, mas uma que exponha a rede estatal de
blogs, pagos com dinheiro público, que aparelha a internet, para difamar
adversários e viabilizar um projeto político que começa pela censura aos meios
de comunicação e não se sabe onde pretende parar.
Ou por outra,
sabe-se muito bem.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Deputados da CPMI querem impedir a venda da construtora Delta
Venda da
empresa poderia encobrir pistas do esquema de corrupção chefiado por Carlos
Cachoeira em Goiás.
Foco de
investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, a
construtora Delta pode ter sua venda paralisada nos próximos dias. O deputado
Miro Teixeira (PDT-RJ) apresentou – e a Procuradoria-Geral da República
endossou – o requerimento para que o Ministério Público de Goiás impeça a venda da Delta para
a J&F Participações, holding que controla diversas empresas.
Miro disse
que a venda poderá dificultar a recuperação de recursos públicos desviados pelo
esquema de corrupção chefiado pelo empresário Carlos Cachoeira. “Ainda há
inquéritos em aberto, e não sabemos onde isso pode chegar. É melhor que a Delta
responda pelos desvios”, defendeu.
Já o relator
da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que a venda é um negócio
privado, que foge ao escopo da CPMI. “Quem comprar a empresa vai ter de
responder por esse passivo, não podemos deixar que a operação esconda provas”,
disse.
Para o
senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), a venda da Delta pode ser uma forma de
ocultar pistas. “Nem sequer houve a quebra de sigilo da Delta, pela CPMI ou
pela polícia. Ainda não sabemos até onde alcança a corrupção”, disse.
Depósitos
suspeitos
No depoimento desta quinta-feira (10) na CPMI, o delegado da Polícia Federal
Matheus Mella Rodrigues, responsável pela Operação Monte Carlo, disse que
encontrou depósitos da Delta para as empresas de fachada que lavavam o dinheiro
obtido pela organização de Carlos Cachoeira.
Para Odair
Cunha, não há dúvidas quanto ao envolvimento do braço goiano da empresa com o
esquema de Cachoeira. Cunha disse que ficou claro, por exemplo, o envolvimento
do ex-diretor da Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu com o esquema.
Convocação
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), apresentou requerimento na Comissão
de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para convocar o atual
presidente da Delta, Carlos Alberto Verdini; um dos controladores da holding
J&F, Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central no Governo Lula); e
o atual presidente do BNDES, Luciano
Coutinho, para que eles deem esclarecimentos sobre a possível transação.
O grupo
J&F controla a JBS/Friboi, que, de acordo com Rubens Bueno, fez um
empréstimo de R$ 10 bilhões junto ao BNDES, dinheiro que pode estar sendo usado
na compra da Delta. “A Delta está sub judice, e essa compra pode apagar as
digitais dos crimes que possam ter acontecido na empresa, inclusive caixa
dois”, destacou.
O deputado
Fernando Francischini (PSDB-PR) afirmou que o presidente do BNDES deve ser
convocado para dar explicações, já que cerca de 31% do capital da holding
J&F é de propriedade do banco.
Fonte: Agência Câmara
Marconi Perillo diz que gravações não o incriminam
Da
Redação
Com a possível convocação a ser decidida até a próxima semana pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira, o governador de Goiás, Marconi Perillo, disse nesta quinta-feira (10), por meio de nota, que as menções ao seu nome em gravações telefônicas, interceptadas pela Polícia Federal (PF), não podem servir de base para conclusões precipitadas de conspiração com as pessoas investigadas na operação Monte Carlo.
Fonte: Agência Brasil (Rivadavia Severo e Daniella Jinkings).
Com a possível convocação a ser decidida até a próxima semana pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira, o governador de Goiás, Marconi Perillo, disse nesta quinta-feira (10), por meio de nota, que as menções ao seu nome em gravações telefônicas, interceptadas pela Polícia Federal (PF), não podem servir de base para conclusões precipitadas de conspiração com as pessoas investigadas na operação Monte Carlo.
O
delegado da PF, Matheus Mela Rodrigues, ouvido nesta quinta pela CPI,
apresentou informações que indicam loteamento de órgãos públicos e
“participação direta” da organização criminosa no governo de Goiás.
De
acordo com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o delegado informou que o
nome de Perillo foi citado mais de 200 vezes nas gravações telefônicas
interceptadas pela Polícia Federal, além de ligações do próprio governador com
Cachoeira, preso desde fevereiro desse ano, quando a operação Monte Carlo foi deflagrada.
Mas
Perillo reafirmou que jamais admitiu ou permitiu qualquer tentativa de
influência dos investigados em seu governo. Segundo o governador, o depoimento
do delagado não traz nenhum fato novo. Ele disse ainda que já havia informado
às autoridades sobre o contato telefônico no aniversário de Cachoeira, além de
dois encontros em ocasiões sociais e uma audiência no Palácio das Esmeraldas.
“Mesmo
assim, tomei todas as medidas necessárias para coibir quaisquer tentativas
nesse sentido, afastando auxiliares e servidores citados ou envolvidos nas
investigações e determinando a auditagem dos contratos firmados entre a
administração estadual e o Grupo Delta”, diz a nota.
Fonte: Agência Brasil (Rivadavia Severo e Daniella Jinkings).
Dilma divulga nomes dos sete membros da Comissão da Verdade
Ex-advogada de
Dilma, na ditadura, é um dos membros da comissão
BRASÍLIA, RIO e SÃO PAULO - Quase seis meses
depois de sancionar a lei que cria a Comissão da Verdade, a presidente Dilma
Rousseff finalmente anunciou nesta quinta-feira seus sete integrantes. Entre
eles está a advogada de Dilma durante a ditadura, Rosa Maria Cardoso da Cunha.
Completam
a comissão: José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça; Gilson Dipp, ministro do
Superior Tribunal de Justiça (STJ); Claudio Fontelles, ex-procurador-geral da
República; Paulo Sérgio Pinheiro, advogado e ex-secretário de Direitos Humanos;
Maria Rita Kehl, psicanalista e escritora; e José Paulo Cavalcanti Filho,
advogado e escritor.
A cerimônia de posse dos integrantes
e instalação da comissão ocorrerá na próxima quarta-feira, no Palácio do
Planalto, com as presenças dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz
Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor. Todos confirmaram
presença, segundo o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann.
O Planalto quer dar à Comissão da
Verdade — que vai apurar, sem objetivo de punir, a violação de direitos entre
1946 e 1988 — um caráter de órgão de Estado, e não do governo petista. Os nomes
serão publicados na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União. A
presidente fez o convite aos sete pessoalmente nesta quinta-feira à tarde. À
noite, todos foram jantar no Palácio da Alvorada.
Entre os escolhidos estão dois
ex-auxiliares de FH: o advogado José Carlos Dias, ministro da Justiça de julho
de 1999 a abril de 2000, e o diplomata Paulo Sérgio Pinheiro, secretário de
Direitos Humanos no governo tucano. Dilma também colocou na comissão o primeiro
procurador da República do governo Lula, Cláudio Fontelles (2003/2005).
A comissão terá prazo de dois
anos para funcionar, após sua instalação. Seus integrantes receberão salário de
R$ 11,2 mil e terão uma assessoria com 14 servidores. Caberá a ela esclarecer
os casos de tortura, morte, desaparecimento e ocultação de cadáveres,
identificando e tornando públicas as estruturas, locais, instituições e
circunstâncias relacionados aos crimes contra os direitos humanos.
Para isso, poderá requisitar
informações, dados e documentos, além de convocar pessoas que tenham relação
com os fatos analisados e pedir perícias e diligências para coleta ou
recuperação de informações, documentos e dados. Não terá, no entanto, poderes
para punir.
OAB
espera que Comissão da Verdade cumpra sua missão
O presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, ressaltou, por meio
de nota, que espera que a Comissão da Verdade cumpra a missão para a qual foi
estabelecida e pediu o apoio da sociedade e do governo federal. Na avaliação
dele, a principal tarefa da Comissão da Verdade será identificar os locais onde
foram enterrados os militantes desaparecidos durante o período da ditadura
militar e os autores de atos de tortura desaparecimento e assassinato.
- A Comissão da Verdade tem que
ter o apoio de toda a sociedade e do governo. Esperamos que ela cumpra a sua
missão descrita na lei de sua criação. Entendo que a sua principal tarefa é
dizer onde estão enterrados os militantes desaparecidos e quem foram os autores
das torturas, desaparecimentos e assassinatos _ afirmou.
Fonte: O Globo
Comissão da Verdade: Entidades elogiam escolha dos nomes
SÃO PAULO - Após fazer muita pressão pública pela nomeação da
Comissão da Verdade, as entidades ligadas aos ex-presos políticos e às famílias
de mortos e desaparecidos na ditadura militar receberam com alívio e animação
os nomes dos indicados nesta
quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff. Os representantes da Comissão de Mortos e Desaparecidos
Políticos e do Grupo Tortura Nunca Mais destacaram o viés jurídico da nova
comissão, já que cinco dos sete nomes são ligados ao Direito.
Diretora do grupo Tortura Nunca Mais, a jornalista Rose Nogueira
contou que estava ao computador, escrevendo uma nota que cobrava da presidente
Dilma a instalação da Comissão, quando viu que as indicações já haviam sido
feitas.
— Todos os sete são pessoas equilibradas, conhecedoras
do assunto. Estou contente de ver na comissão gente da área do Direito. Agora,
espero que a Comissão da Verdade aprofunde as investigações — disse Rose.
Para o grupo Tortura Nunca Mais, além de promover
investigações sobre o período da ditadura, o trabalho da Comissão deve ser
acompanhado pelo Ministério Público Federal (MPF).
— Isso porque os crimes de lesa-Humanidade são
imprescritíveis e, nesses casos, as investigações devem ser levadas à Justiça.
Para a jornalista, não é só de bons nomes que a
Comissão deve ser constituída:
— É preciso que ela tenha um poder de investigação
profundo. É o grande momento de recompor a História, a memória do Brasil.
Ex-preso político, Ivan Seixas, da Comissão de
Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos também felicitou a escolha de
Dilma por nomes do meio jurídico:
— Foi um período de grandes ilegalidades. Esse caráter
jurídico da Comissão é necessário, tem de ter uma centralidade jurídica para
analisar esse período. Achei a nomeação perfeita. São sete nomes de pessoas
competentes e sérias— disse Ivan.
Para ele, que teve o pai assassinado na tortura, o
foco inicial da Comissão deve ser a investigação dos desaparecimentos.
— Mas ditadura não é só morto e desaparecido. É
preciso investigar a extensão que foi criada. É preciso revelar também o
conteúdo dos decretos secretos — apontou Ivan.
O procurador regional da República Marlon Weichert, do
Grupo de Justiça de Transição, que investiga os crimes da ditadura, elogiou a
biografia dos integrantes da Comissão.
— São todos nomes grandiosos. Não há reparo. Todos têm
uma biografia que atende aos critérios da lei que criou a Comissão— disse o
procurador.
Marlon afirmou que o MPF está preparado para
compartilhar informações sobre o assunto com a Comissão.
— É do espírito público a sinergia de esforços—
afirmou.
Fonte: O Globo
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Conselho de Ética - Definido o cronograma: Cachoeira depõe no dia 23
Rodrigo Baptista
10/05/2012
Agência Senado
Os primeiros passos do Conselho de Ética
após a instauração de processo por quebra de decoro contra Demóstenes Torres
(sem partido-GO) foram dados nesta quinta-feira (10). Os conselheiros
aprovaram 12 requerimentos, dentre eles, um para depoimento do contraventor
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e outro para ouvir o próprio
senador. Eles falarão aos integrantes do conselho, respectivamente, nos dias
23, às 14h, e no dia 28, às 18h.
Antes deles, os delegados federais Raul
Alexandre Marques de Souza, responsável pela Operação Vegas, e Matheus Mela
Rodrigues, responsável pela Operação Monte Carlo, irão depor no Conselho de
Ética e Decoro Parlamentar do Senado. Pelo cronograma definido, a reunião com
os dois será realizada no próximo dia 15, às 9h.
O relator do processo, senador Humberto
Costa (PT-PE), acredita que, com o cronograma acertado, seja possível finalizar
o processo no Conselho de Ética até o final de junho.
- Eu vou fazer todo o esforço para que o
plenário vote o arquivamento ou a punição do senador antes do recesso. Em
relação ao conselho, pretendo que, no máximo até o final de junho, seja votado
- disse o parlamentar.
Na quarta-feira (16), será a vez dos
conselheiros ouvirem os dois procuradores envolvidos na operação Monte Carlo:
Daniel de Resende Salgado e Léa Batista de Oliveira.
Segundo o presidente do Conselho, Antônio
Carlos Valadares (PSB-SE), as reuniões com delegados e procuradores deverão ser
fechadas a exemplo do ocorrido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista
que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e
privados.
- Em princípio, serão reuniões fechadas,
mas vamos consultar os procuradores e delegados e ver se o desejo deles é esse.
Se for, vamos cumprir a fim de não prejudicá-los em suas funções – ressaltou
Valadares, em entrevista à Agência
Senado.
A pedido do advogado do senador Demóstenes
Torres, Antônio de Almeida Castro, o Kakay, será ouvido como testemunha o
advogado Ruy Cruvinel. Ele teria sido citado em escuta da Polícia Federal por
manter suposta ligação com o esquema desmontado com a prisão de Cachoeira. A
oitiva foi marcada para o dia 22, às 9h.
Provas técnicas
Durante a reunião desta quinta-feira,
Valadares leu pedido de Demóstenes para trazer um perito técnico a fim de
avaliar os áudios do inquérito Cachoeira. Segundo Humberto Costa, o pedido é
improcedente.
- Em principio, nós não temos obrigação de
fazer isso. Aqui no Conselho de Ética não se trata de um processo judicial. É
um julgamento político – enfatizou.
Cronograma
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15/05 9h (terça-feira) – delegados da Polícia Federal Matheus
Mella Rodrigues e Raul Alexandre Marques Sousa
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16/05 14h (quarta-feira) – procuradora federal Léa Batista de
Oliveira e o procurador federal Daniel de Resende Salgado
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22/05 9h (terça-feira) – advogado Ruy Cruvinel Neto,
testemunha indicada na defesa prévia do Senador Demóstenes Torres
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23/05 14h (quarta-feira) - Carlos Cachoeira, testemunha
indicada na defesa prévia do Senador Demóstenes Torres
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28/05 (segunda-feira) 18h – senador Demóstenes Torres
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Falta explicação e sobra dúvida no acordo entre Delta e J&F
Miriam Leitão
10/05/2012
O Globo
Está nos jornais de hoje: a J&F, holding da JBS, que assumirá a gestão da Delta, acusada de desvios, faria o pagamento com os lucros da empresa. É uma companhia privada, só que 99% dos negócios que têm são com o setor público. E são obras fundamentais. A Delta é a grande empreiteira do PAC, tem obras da Copa e das Olimpíadas. Se a empresa parar de funcionar, o cronograma de investimentos para esses eventos pode atrasar.
A J&F já está em várias frentes de trabalho. Começou na área
de carne bovina, mas foi crescendo para outros segmentos. Cresceu com ajuda do
dinheiro do BNDES, através de empréstimo e, principalmente, aquisição de
debêntures que depois viram capital no grupo. Foi assim que a companhia comprou
várias empresas nos EUA.
A primeira dúvida é: uma empresa que não tem nenhuma experiência
na área da construção pode assumir bem aquela que é a mais importante nas obras
do PAC? A principal empresa controlada pela holding J&F tem o BNDES como
sócio. Ele passa a ser, portanto, sócio numa empresa cuja holding será a dona
da empresa que está muito encrencada na CPI do Cachoeira. Tem muito fio
desencapado nessa história.
O governo, o BNDES e o próprio grupo têm de explicar essa questão
melhor, não só através de notas. Será bom para o país, vai funcionar? O fato de
o BNDES ser sócio não é um complicador? Há muitas incertezas, as dúvidas
permanecem.
quarta-feira, 9 de maio de 2012
ARTIGO - COM 31% DA J&B, O BNDS VIRA 'SÓCIO' DA DELTA
Josias de
Souza
Blog do Josias
09/05/2012
Nos relatórios
da Operação Monte Carlo, a Polícia Federal levanta a suspeita de que Demóstenes
Torres é “sócio oculto” da Delta Construções. Em petição ao STF, a Procuradoria
da República encampou a expressão. Refugada pelo senador, a posição de sócio da
encrenca está prestes a ser assumida pelo BNDES.
Levada ao balcão pelo empreiteiro Fernando Cavendish, a Delta
despertou o interesse da J&F Holding, controladora do frigorífico
JBS-Friboi. Espera-se para esta quarta (9) a veiculação dos detalhes da
transação.
O BNDES detém 31% do capital da J&F. O que faz do bom e
velho bancão oficial de fomento um candidato involuntário a sócio da sexta maior
construtora do país. Uma empresa varejada pela PF no Cachoeiragate.
Conforme já noticiado aqui, participa da operacionalização do negócio Henrique
Meirelles. Ex-presidente do Banco Central nas duas gestões de Lula, Meirelles
comanda o conselho administrativo da J&F. E deve presidir também a Delta.
O dinheiro público do BNDES foi empurrado para dentro da
escrituração da J&F ainda sob Lula. A coisa começou em 2009. Num lance, o
JBS-Friboi, maior produtor de carne bovina do planeja, recebeu aporte de R$ 3,2
bilhões. Noutro, o BNDES injetou R$ 2,5 bilhões no frigorífico Bertin,
adquirido pelo Friboi.
Numa terceira passagem, a pretexto de cruzar as fronteiras do
disputado mercado dos EUA, a casa de carnes emitiu R$ 3,4 bilhões em
debêntures. O BNDES adquiriu 99,9% desse papelório.
Sediado em Goiás, mesmo Estado que serve de base para os
negócios ilícitos de Carlinhos Cachoeira,o JBS-Friboi é um empreendimento
da família Batista. A face mais visível da árvore genealógica é José Batista
Júnior.
Chamam-no de Júnior do Friboi. No ano passado, filiou-se ao PSB
do governador pernambucano Eduardo Campos. Cultiva o sonho de candidatar-se a
governador de Goiás em 2014.
Capitalista
à brasileira, Júnior optou pelo socialismo de resultados de Campos porque
deseja disputar o governo goiano com o apoio do petismo, de Dilma Rousseff e,
se der, também de Lula.
Dia Estadual da Polícia Civil: homenagem se transformou em luto
Johnathan Ferreira
A Polícia Civil do Estado de
Goiás foi criada no ano de 1808, nos moldes definidos pela Constituição
Federal. E hoje, dia 09 de maio é comemorado o Dia Estadual da Polícia Civil. É
dia de prestigiar e parabenizar os valorosos profissionais da Polícia Civil do
Estado de Goiás, que presta um relevante serviço à sociedade há exatos 204
anos.
A nosso valorosa Polícia Civil é
um patrimônio de todos nós goianos, e também daqueles que escolheram o Estado
de Goiás para viver. A Polícia Judiciária que representa a segurança pública no
âmbito da investigação, repressão e punição contra atos criminosos, contribui
diretamente para nos garantir o bem estar social.
Ontem, recebemos, sob muito
pesar, a notícia da tragédia com o helicóptero da Polícia Civil no município de
Piranhas/GO, onde se encontrava como tripulantes 8 pessoas, entre eles 5 delegados
de polícia e 2 peritos criminais, além do suspeito da chacina de
Doverlândia/GO.
As causas do acidente ainda é
desconhecida, e será apurada pelo Grupo de Rádio Patrulha Aérea (GRAER). O comandante
do GRAER, major Ricardo Mendes, informou que “qualquer avaliação sobre as
causas do acidente de helicóptero de Piranhas é prematura”.
O governador Marconi Perillo
manifestou ontem os seus pesares, e o Governo decretou luto de três dias no Estado
em sensibilidade às vitimas. O secretário João Furtado Neto (SSPJ) também
manifestou ontem pelo Twitter declarações sobre a tragédia. Hoje ambos
visitarão o local do acidente.
No Dia Estadual da Polícia Civil
só tenho a dizer que as comemorações se transformaram em luto generalizado. Os
goianos acataram e manifestaram por vários meios as suas condolências as
vítimas e às suas famílias. Assim, em sinal de respeito à instituição, presto
as minhas homenagens à valorosa corporação da Polícia Civil do Estado de Goiás.
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