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sábado, 12 de maio de 2012

NOTÍCIAS DA SEMANA



Por Miriam Leitão
Blog da colunista





Inflação acelera - A inflação mostrou força em abril, ao acelerar para 0,64%, triplicando em relação a março. O IGP-DI e o IGP-M também subiram.

Os vilões do IPCA foram cigarros, salários de empregadas domésticas e remédios. Nos IGPs, a pressão vem do câmbio. Até há pouco tempo, ajudava, porque estava baixo e vários produtos registravam deflação, como os bens duráveis. Agora, no entanto, parou de ajudar; a moeda americana vem se valorizando em relação ao real.

Em seminário no Rio, o presidente do BC, Alexandre Tombini, fez uma análise do regime de metas de inflação antes e depois da crise. Acha que se fortaleceu, já que outros países passaram a adotá-lo, mas disse que "a estabilidade de preços é condição necessária mas não é condição suficiente". Ele deu esse recado lá. Nos últimos dias, houve discussão em torno da autonomia da instituição, se o BC não estava perdendo um pouco de sua liberdade para subir os juros, em caso de necessidade.

Governo x bancos - O governo quer que os juros caiam, o que é bom para a economia como um todo, mas esta semana o Palácio do Planalto ficou bravo com o economista-chefe da Febraban que, em relatório, teria colocado uma frase inapropriada na visão do governo ("Alguém já disse que você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber a água"). Depois, os bancos pediram desculpas.

JBS e Delta - A holding J&F, que controla a JBS, vai assumir o controle da Delta, empreiteira envolvida no escândalo do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Isso causou muita discussão: é adequado ou não? O BNDES é sócio da JBS, empresa mais importante da holding.

Europa - No domingo passado, houve eleições na França e na Grécia. Sarkozy perdeu e François Hollande, como se sabe, foi eleito, dizendo que "a austeridade não é uma fatalidade". Merkel, da Alemanha, rebateu, dizendo que não se pode mexer no pacto fiscal, mas depois fez um gesto de boas-vindas. Hollande acha que é preciso discutir, também, crescimento.

Já a Grécia continua piorando, ainda não conseguiu formar um governo de coalizão e poderá ter novas eleições. A taxa de desemprego aumentou para 21,7%.

A Espanha, que sofre com recessão e falta de empregos, estatizou um dos bancos em dificuldades, o Bankia. As bolsas europeias caíram esta semana.

Rússia: Vladimir Putin tomou posse pela terceira vez como presidente da Rússia.

CPI do Cachoeira - Esquentou a briga esta semana, porque os governistas acusaram o procurador-geral da República de não ter dado a devida divulgação à investigação da PF, queriam que fosse depor, mas se recusou. Ele reagiu à pressão dos governistas, dizendo que é medo da posição dele no julgamento do mensalão. E o Supremo apoiou o procurador-geral da República. Foi um momento de tensão entre as instituições.

UMA CPI PARA A MÍDIA

Ruy Fabiano
Jornalista



A campanha do PT contra a imprensa reincide em velhos jargões autoritários do passado, cometendo, desta vez, um erro crasso: o de querer fulanizá-la. O repórter de Veja, Policarpo Junior, tornou-se o alvo da atual investida. E o que fez ele?

Cumpriu sua função. Ouviu uma fonte – no caso, Carlinhos Cachoeira -, em assuntos no quais o contraventor tinha mais informações que a própria polícia. Separou o joio do trigo e utilizou o que convinha às investigações que fazia.

Qualquer um que já tenha exercido o ofício sabe que é indispensável ouvir todos os lados envolvidos numa história. Não importa se a informação está no inferno: terá que buscá-la onde estiver. O que fará com ela são outros quinhentos.

Policarpo publicou-a, prestando um serviço público; Demóstenes Torres, o senador, vendeu-a a um contraventor.

Tim Lopes, o repórter martirizado pelo narcotráfico carioca, subia os morros e conversava com bandidos, em busca de notícia. Contribuiu, e muito, para expor ao público o mapa do crime organizado do Rio de Janeiro e suas conexões.

O crime, porém, não se faz presente apenas nas favelas e periferias. Há muito, chegou às instituições e frequenta a Praça dos Três Poderes. Se o repórter quer mapear esse submundo, será inútil conversar com políticos ficha limpa (que também os há).

Eles podem apenas compartilhar sua perplexidade, não informá-lo, já que não circulam no submundo. Dependendo do assunto, terá que conversar com gente ainda pior que Cachoeira.

O equívoco de fulanizar a luta contra a imprensa decorre de algo simples: se for comprovado que o jornalista delinquiu, o órgão para o qual trabalha simplesmente o demitirá, preservando-se. O mau jornalista passa, mas a imprensa fica.

Supor que investindo contra esse ou aquele jornalista intimidará a instituição é, acima de tudo, burrice. Exemplo disso foi o que ocorreu em 2009, quando a imprensa divulgou a farra das passagens aéreas no Congresso.

Descobriu-se que diversos parlamentares faziam uso indevido daquele privilégio. Alguns, então, decidiram contra-atacar, na expectativa de inibir a ação da imprensa, revelando o nome de jornalistas que haviam beneficiado.

Acabaram prestando um serviço à própria imprensa, que, ao demitir os repórteres infratores, mostrou-se desconectada de suas práticas. O mau jornalista passa, mas a imprensa fica.

Os petistas que decidiram eleger Policarpo como meliante e a revista Veja como instância conspirativa apenas melhoraram o currículo de ambos.

Dependendo de quem acusa e das alegações que faz – é o caso presente -, as acusações transformam-se em atestado de idoneidade. Policarpo não precisa de defesa.

Sua carreira e o próprio teor dos diálogos gravados pela Polícia Federal – em especial quando Cachoeira queixa-se a um comparsa de que o repórter não retribui as informações que recebe e que já desistiu de o cooptar - o isentam.

Já com seus acusadores dá-se o contrário, embora tenham razão num ponto: de fato, faz-se necessária uma CPI da Mídia. Urgente.

Não a pretendida pelos acusadores do repórter de Veja, mas uma que exponha a rede estatal de blogs, pagos com dinheiro público, que aparelha a internet, para difamar adversários e viabilizar um projeto político que começa pela censura aos meios de comunicação e não se sabe onde pretende parar.

Ou por outra, sabe-se muito bem.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Deputados da CPMI querem impedir a venda da construtora Delta


Venda da empresa poderia encobrir pistas do esquema de corrupção chefiado por Carlos Cachoeira em Goiás.

Foco de investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, a construtora Delta pode ter sua venda paralisada nos próximos dias. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) apresentou – e a Procuradoria-Geral da República endossou – o requerimento para que o Ministério Público de Goiás impeça a venda da Delta para a J&F Participações, holding que controla diversas empresas.

Miro disse que a venda poderá dificultar a recuperação de recursos públicos desviados pelo esquema de corrupção chefiado pelo empresário Carlos Cachoeira. “Ainda há inquéritos em aberto, e não sabemos onde isso pode chegar. É melhor que a Delta responda pelos desvios”, defendeu.

Já o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que a venda é um negócio privado, que foge ao escopo da CPMI. “Quem comprar a empresa vai ter de responder por esse passivo, não podemos deixar que a operação esconda provas”, disse.

Para o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), a venda da Delta pode ser uma forma de ocultar pistas. “Nem sequer houve a quebra de sigilo da Delta, pela CPMI ou pela polícia. Ainda não sabemos até onde alcança a corrupção”, disse.

Depósitos suspeitos

No depoimento desta quinta-feira (10) na CPMI, o delegado da Polícia Federal Matheus Mella Rodrigues, responsável pela Operação Monte Carlo, disse que encontrou depósitos da Delta para as empresas de fachada que lavavam o dinheiro obtido pela organização de Carlos Cachoeira.

Para Odair Cunha, não há dúvidas quanto ao envolvimento do braço goiano da empresa com o esquema de Cachoeira. Cunha disse que ficou claro, por exemplo, o envolvimento do ex-diretor da Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu com o esquema.

Convocação 

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), apresentou requerimento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para convocar o atual presidente da Delta, Carlos Alberto Verdini; um dos controladores da holding J&F, Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central no Governo Lula); e o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para que eles deem esclarecimentos sobre a possível transação.

O grupo J&F controla a JBS/Friboi, que, de acordo com Rubens Bueno, fez um empréstimo de R$ 10 bilhões junto ao BNDES, dinheiro que pode estar sendo usado na compra da Delta. “A Delta está sub judice, e essa compra pode apagar as digitais dos crimes que possam ter acontecido na empresa, inclusive caixa dois”, destacou.

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) afirmou que o presidente do BNDES deve ser convocado para dar explicações, já que cerca de 31% do capital da holding J&F é de propriedade do banco.

Fonte: Agência Câmara

Marconi Perillo diz que gravações não o incriminam

Da Redação



Com a possível convocação a ser decidida até a próxima semana pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira, o governador de Goiás, Marconi Perillo, disse nesta quinta-feira (10), por meio de nota, que as menções ao seu nome em gravações telefônicas, interceptadas pela Polícia Federal (PF), não podem servir de base para conclusões precipitadas de conspiração com as pessoas investigadas na operação Monte Carlo.

O delegado da PF, Matheus Mela Rodrigues, ouvido nesta quinta pela CPI, apresentou informações que indicam loteamento de órgãos públicos e “participação direta” da organização criminosa no governo de Goiás.

De acordo com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o delegado informou que o nome de Perillo foi citado mais de 200 vezes nas gravações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal, além de ligações do próprio governador com Cachoeira, preso desde fevereiro desse ano, quando a operação Monte Carlo foi deflagrada.

Mas Perillo reafirmou que jamais admitiu ou permitiu qualquer tentativa de influência dos investigados em seu governo. Segundo o governador, o depoimento do delagado não traz nenhum fato novo. Ele disse ainda que já havia informado às autoridades sobre o contato telefônico no aniversário de Cachoeira, além de dois encontros em ocasiões sociais e uma audiência no Palácio das Esmeraldas.

“Mesmo assim, tomei todas as medidas necessárias para coibir quaisquer tentativas nesse sentido, afastando auxiliares e servidores citados ou envolvidos nas investigações e determinando a auditagem dos contratos firmados entre a administração estadual e o Grupo Delta”, diz a nota.

Fonte: Agência Brasil (Rivadavia Severo e Daniella Jinkings).

Dilma divulga nomes dos sete membros da Comissão da Verdade



Ex-advogada de Dilma, na ditadura, é um dos membros da comissão

BRASÍLIA, RIO e SÃO PAULO - Quase seis meses depois de sancionar a lei que cria a Comissão da Verdade, a presidente Dilma Rousseff finalmente anunciou nesta quinta-feira seus sete integrantes. Entre eles está a advogada de Dilma durante a ditadura, Rosa Maria Cardoso da Cunha.

Completam a comissão: José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça; Gilson Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ); Claudio Fontelles, ex-procurador-geral da República; Paulo Sérgio Pinheiro, advogado e ex-secretário de Direitos Humanos; Maria Rita Kehl, psicanalista e escritora; e José Paulo Cavalcanti Filho, advogado e escritor.

A cerimônia de posse dos integrantes e instalação da comissão ocorrerá na próxima quarta-feira, no Palácio do Planalto, com as presenças dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor. Todos confirmaram presença, segundo o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann.

O Planalto quer dar à Comissão da Verdade — que vai apurar, sem objetivo de punir, a violação de direitos entre 1946 e 1988 — um caráter de órgão de Estado, e não do governo petista. Os nomes serão publicados na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União. A presidente fez o convite aos sete pessoalmente nesta quinta-feira à tarde. À noite, todos foram jantar no Palácio da Alvorada.

Entre os escolhidos estão dois ex-auxiliares de FH: o advogado José Carlos Dias, ministro da Justiça de julho de 1999 a abril de 2000, e o diplomata Paulo Sérgio Pinheiro, secretário de Direitos Humanos no governo tucano. Dilma também colocou na comissão o primeiro procurador da República do governo Lula, Cláudio Fontelles (2003/2005).

A comissão terá prazo de dois anos para funcionar, após sua instalação. Seus integrantes receberão salário de R$ 11,2 mil e terão uma assessoria com 14 servidores. Caberá a ela esclarecer os casos de tortura, morte, desaparecimento e ocultação de cadáveres, identificando e tornando públicas as estruturas, locais, instituições e circunstâncias relacionados aos crimes contra os direitos humanos.

Para isso, poderá requisitar informações, dados e documentos, além de convocar pessoas que tenham relação com os fatos analisados e pedir perícias e diligências para coleta ou recuperação de informações, documentos e dados. Não terá, no entanto, poderes para punir.

OAB espera que Comissão da Verdade cumpra sua missão

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, ressaltou, por meio de nota, que espera que a Comissão da Verdade cumpra a missão para a qual foi estabelecida e pediu o apoio da sociedade e do governo federal. Na avaliação dele, a principal tarefa da Comissão da Verdade será identificar os locais onde foram enterrados os militantes desaparecidos durante o período da ditadura militar e os autores de atos de tortura desaparecimento e assassinato.

- A Comissão da Verdade tem que ter o apoio de toda a sociedade e do governo. Esperamos que ela cumpra a sua missão descrita na lei de sua criação. Entendo que a sua principal tarefa é dizer onde estão enterrados os militantes desaparecidos e quem foram os autores das torturas, desaparecimentos e assassinatos _ afirmou.

Fonte: O Globo

Comissão da Verdade: Entidades elogiam escolha dos nomes


Para o grupo Tortura Nunca Mais, trabalho deve ser acompanhado pelo MPF


SÃO PAULO - Após fazer muita pressão pública pela nomeação da Comissão da Verdade, as entidades ligadas aos ex-presos políticos e às famílias de mortos e desaparecidos na ditadura militar receberam com alívio e animação os nomes dos indicados nesta quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff. Os representantes da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e do Grupo Tortura Nunca Mais destacaram o viés jurídico da nova comissão, já que cinco dos sete nomes são ligados ao Direito.

Diretora do grupo Tortura Nunca Mais, a jornalista Rose Nogueira contou que estava ao computador, escrevendo uma nota que cobrava da presidente Dilma a instalação da Comissão, quando viu que as indicações já haviam sido feitas.

— Todos os sete são pessoas equilibradas, conhecedoras do assunto. Estou contente de ver na comissão gente da área do Direito. Agora, espero que a Comissão da Verdade aprofunde as investigações — disse Rose.

Para o grupo Tortura Nunca Mais, além de promover investigações sobre o período da ditadura, o trabalho da Comissão deve ser acompanhado pelo Ministério Público Federal (MPF).

— Isso porque os crimes de lesa-Humanidade são imprescritíveis e, nesses casos, as investigações devem ser levadas à Justiça.

Para a jornalista, não é só de bons nomes que a Comissão deve ser constituída:

— É preciso que ela tenha um poder de investigação profundo. É o grande momento de recompor a História, a memória do Brasil.

Ex-preso político, Ivan Seixas, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos também felicitou a escolha de Dilma por nomes do meio jurídico:

— Foi um período de grandes ilegalidades. Esse caráter jurídico da Comissão é necessário, tem de ter uma centralidade jurídica para analisar esse período. Achei a nomeação perfeita. São sete nomes de pessoas competentes e sérias— disse Ivan.

Para ele, que teve o pai assassinado na tortura, o foco inicial da Comissão deve ser a investigação dos desaparecimentos.

— Mas ditadura não é só morto e desaparecido. É preciso investigar a extensão que foi criada. É preciso revelar também o conteúdo dos decretos secretos — apontou Ivan.

O procurador regional da República Marlon Weichert, do Grupo de Justiça de Transição, que investiga os crimes da ditadura, elogiou a biografia dos integrantes da Comissão.

— São todos nomes grandiosos. Não há reparo. Todos têm uma biografia que atende aos critérios da lei que criou a Comissão— disse o procurador.

Marlon afirmou que o MPF está preparado para compartilhar informações sobre o assunto com a Comissão.

— É do espírito público a sinergia de esforços— afirmou.

Fonte: O Globo

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Conselho de Ética - Definido o cronograma: Cachoeira depõe no dia 23


Rodrigo Baptista
10/05/2012
Agência Senado


Os primeiros passos do Conselho de Ética após a instauração de processo por quebra de decoro contra Demóstenes Torres (sem partido-GO) foram dados nesta quinta-feira (10).  Os conselheiros aprovaram 12 requerimentos, dentre eles, um para depoimento do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e outro para ouvir o próprio senador. Eles falarão aos integrantes do conselho, respectivamente, nos dias 23, às 14h, e no dia 28, às 18h.

Antes deles, os delegados federais Raul Alexandre Marques de Souza, responsável pela Operação Vegas, e Matheus Mela Rodrigues, responsável pela Operação Monte Carlo, irão depor no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. Pelo cronograma definido, a reunião com os dois será realizada no próximo dia 15, às 9h.

O relator do processo, senador Humberto Costa (PT-PE), acredita que, com o cronograma acertado, seja possível finalizar o processo no Conselho de Ética até o final de junho.

- Eu vou fazer todo o esforço para que o plenário vote o arquivamento ou a punição do senador antes do recesso. Em relação ao conselho, pretendo que, no máximo até o final de junho, seja votado - disse o parlamentar.

Na quarta-feira (16), será a vez dos conselheiros ouvirem os dois procuradores envolvidos na operação Monte Carlo: Daniel de Resende Salgado e Léa Batista de Oliveira.

Segundo o presidente do Conselho, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), as reuniões com delegados e procuradores deverão ser fechadas a exemplo do ocorrido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados.

- Em princípio, serão reuniões fechadas, mas vamos consultar os procuradores e delegados e ver se o desejo deles é esse. Se for, vamos cumprir a fim de não prejudicá-los em suas funções – ressaltou Valadares, em entrevista à Agência Senado.

A pedido do advogado do senador Demóstenes Torres, Antônio de Almeida Castro, o Kakay, será ouvido como testemunha o advogado Ruy Cruvinel. Ele teria sido citado em escuta da Polícia Federal por manter suposta ligação com o esquema desmontado com a prisão de Cachoeira. A oitiva foi marcada para o dia 22, às 9h.

Provas técnicas

Durante a reunião desta quinta-feira, Valadares leu pedido de Demóstenes para trazer um perito técnico a fim de avaliar os áudios do inquérito Cachoeira. Segundo Humberto Costa, o pedido é improcedente.

- Em principio, nós não temos obrigação de fazer isso. Aqui no Conselho de Ética não se trata de um processo judicial. É um julgamento político – enfatizou.

Cronograma

15/05 9h (terça-feira) – delegados da Polícia Federal Matheus Mella Rodrigues e Raul Alexandre Marques Sousa 

16/05 14h (quarta-feira) – procuradora federal Léa Batista de Oliveira e o procurador federal Daniel de Resende Salgado

22/05 9h (terça-feira) – advogado Ruy Cruvinel Neto, testemunha indicada na defesa prévia do Senador Demóstenes Torres

23/05 14h (quarta-feira) - Carlos Cachoeira, testemunha indicada na defesa prévia do Senador Demóstenes Torres

28/05 (segunda-feira) 18h – senador Demóstenes Torres

Falta explicação e sobra dúvida no acordo entre Delta e J&F


Miriam Leitão
10/05/2012
O Globo



Está nos jornais de hoje: a J&F, holding da JBS, que assumirá a gestão da Delta, acusada de desvios, faria o pagamento com os lucros da empresa. É uma companhia privada, só que 99% dos negócios que têm são com o setor público. E são obras fundamentais. A Delta é a grande empreiteira do PAC, tem obras da Copa e das Olimpíadas. Se a empresa parar de funcionar, o cronograma de investimentos para esses eventos pode atrasar.

A J&F já está em várias frentes de trabalho. Começou na área de carne bovina, mas foi crescendo para outros segmentos. Cresceu com ajuda do dinheiro do BNDES, através de empréstimo e, principalmente, aquisição de debêntures que depois viram capital no grupo. Foi assim que a companhia comprou várias empresas nos EUA.

A primeira dúvida é: uma empresa que não tem nenhuma experiência na área da construção pode assumir bem aquela que é a mais importante nas obras do PAC? A principal empresa controlada pela holding J&F tem o BNDES como sócio. Ele passa a ser, portanto, sócio numa empresa cuja holding será a dona da empresa que está muito encrencada na CPI do Cachoeira. Tem muito fio desencapado nessa história.

O governo, o BNDES e o próprio grupo têm de explicar essa questão melhor, não só através de notas. Será bom para o país, vai funcionar? O fato de o BNDES ser sócio não é um complicador? Há muitas incertezas, as dúvidas permanecem.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

ARTIGO - COM 31% DA J&B, O BNDS VIRA 'SÓCIO' DA DELTA

Josias de Souza
Blog do Josias
09/05/2012


Nos relatórios da Operação Monte Carlo, a Polícia Federal levanta a suspeita de que Demóstenes Torres é “sócio oculto” da Delta Construções. Em petição ao STF, a Procuradoria da República encampou a expressão. Refugada pelo senador, a posição de sócio da encrenca está prestes a ser assumida pelo BNDES.

Levada ao balcão pelo empreiteiro Fernando Cavendish, a Delta despertou o interesse da J&F Holding, controladora do frigorífico JBS-Friboi. Espera-se para esta quarta (9) a veiculação dos detalhes da transação.

O BNDES detém 31% do capital da J&F. O que faz do bom e velho bancão oficial de fomento um candidato involuntário a sócio da sexta maior construtora do país. Uma empresa varejada pela PF no Cachoeiragate.

Conforme já noticiado aqui, participa da operacionalização do negócio Henrique Meirelles. Ex-presidente do Banco Central nas duas gestões de Lula, Meirelles comanda o conselho administrativo da J&F. E deve presidir também a Delta.

O dinheiro público do BNDES foi empurrado para dentro da escrituração da J&F ainda sob Lula. A coisa começou em 2009. Num lance, o JBS-Friboi, maior produtor de carne bovina do planeja, recebeu aporte de R$ 3,2 bilhões. Noutro, o BNDES injetou R$ 2,5 bilhões no frigorífico Bertin, adquirido pelo Friboi.

Numa terceira passagem, a pretexto de cruzar as fronteiras do disputado mercado dos EUA, a casa de carnes emitiu R$ 3,4 bilhões em debêntures. O BNDES adquiriu 99,9% desse papelório.

Sediado em Goiás, mesmo Estado que serve de base para os negócios ilícitos de Carlinhos Cachoeira,o JBS-Friboi  é um empreendimento da família Batista. A face mais visível da árvore genealógica é José Batista Júnior.

Chamam-no de Júnior do Friboi. No ano passado, filiou-se ao PSB do governador pernambucano Eduardo Campos. Cultiva o sonho de candidatar-se a governador de Goiás em 2014.

Capitalista à brasileira, Júnior optou pelo socialismo de resultados de Campos porque deseja disputar o governo goiano com o apoio do petismo, de Dilma Rousseff e, se der, também de Lula.

Dia Estadual da Polícia Civil: homenagem se transformou em luto


Johnathan Ferreira


A Polícia Civil do Estado de Goiás foi criada no ano de 1808, nos moldes definidos pela Constituição Federal. E hoje, dia 09 de maio é comemorado o Dia Estadual da Polícia Civil. É dia de prestigiar e parabenizar os valorosos profissionais da Polícia Civil do Estado de Goiás, que presta um relevante serviço à sociedade há exatos 204 anos.

A nosso valorosa Polícia Civil é um patrimônio de todos nós goianos, e também daqueles que escolheram o Estado de Goiás para viver. A Polícia Judiciária que representa a segurança pública no âmbito da investigação, repressão e punição contra atos criminosos, contribui diretamente para nos garantir o bem estar social.

Ontem, recebemos, sob muito pesar, a notícia da tragédia com o helicóptero da Polícia Civil no município de Piranhas/GO, onde se encontrava como tripulantes 8 pessoas, entre eles 5 delegados de polícia e 2 peritos criminais, além do suspeito da chacina de Doverlândia/GO.

As causas do acidente ainda é desconhecida, e será apurada pelo Grupo de Rádio Patrulha Aérea (GRAER). O comandante do GRAER, major Ricardo Mendes, informou que “qualquer avaliação sobre as causas do acidente de helicóptero de Piranhas é prematura”.

O governador Marconi Perillo manifestou ontem os seus pesares, e o Governo decretou luto de três dias no Estado em sensibilidade às vitimas. O secretário João Furtado Neto (SSPJ) também manifestou ontem pelo Twitter declarações sobre a tragédia. Hoje ambos visitarão o local do acidente.

No Dia Estadual da Polícia Civil só tenho a dizer que as comemorações se transformaram em luto generalizado. Os goianos acataram e manifestaram por vários meios as suas condolências as vítimas e às suas famílias. Assim, em sinal de respeito à instituição, presto as minhas homenagens à valorosa corporação da Polícia Civil do Estado de Goiás.


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