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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

UNE: Entidade ou Empresa?

Johnathan Ferreira
www.twitter.com/johnathanfer

“É fundamental que o estudante adquira uma compreensão e uma percepção nítida dos valores. Tem de aprender a ter um sentido bem definido do belo e do moralmente bom.” (Albert Einstein)

Como bem sabemos o Dia do Estudante foi idealizado no ano de 1927, por Celso Gand Ley. Ele afirmava que “era de grande importância, além de justa, a homenagem aos estudantes”. Daí em diante os estudantes começaram a se organizar em diversas regiões para debaterem e melhorarem (principalmente) a educação no Brasil.

Os movimentos estudantis enfrentaram muitas dificuldades. Nos anos 50, com a intensa desestabilidade democrática, além das inúmeras ameaças de golpe. Em 64, com o golpe militar, onde várias sedes de entidades do movimento estudantil foram atacadas e incendiadas, além de várias lideranças estudantis perseguidas e presas.

No ano de 1968, com a outorga do AI-5, todas as atividades estudantis foram postas na ilegalidade, e a repressão passou a ser muito mais violenta. Mas em 1984, vários movimentos estudantis (cansados da repressão e da violência) reagiram, pintaram o rosto de verde e amarelo, foram às ruas e exigiram a redemocratização do país.

É importante salientar que hoje há um modismo de se falar em políticas públicas para a juventude. Mas, que, na realidade, até hoje, pouco tem sido feito para um dos segmentos mais antigos do país. Mesmo reconhecendo que a PEC e o Estatuto da Juventude se trata de um grande avanço, não podemos nos iludir. Ainda há muito a se fazer por nossa juventude. A juventude necessita de garantias concretas. Não podemos perdê-la para a criminalidade e para as drogas por ausência de políticas públicas, por falta de programas sociais eficientes.

A grande responsável por essa ausência de políticas públicas para a juventude é a União Nacional dos Estudantes (UNE). A entidade entrou em rota de colisão com seus próprios “ideais”, e passou a negociar as suas “demandas” com o Governo Federal, ao invés de tratá-las com os próprios estudantes. Isso é um embuste contra o movimento estudantil.

A UNE (que chegou a faturar R$ 43 milhões nos oito anos de governo Lula) criou um vínculo muito perigoso com o Governo Federal. E deixou claro que a sua “neutralidade” é fatídica. A entidade vem fazendo uso de um fascismo estudantil contra várias entidades. O movimento estudantil é muito maior que a UNE e deu uma contribuição impagável à sociedade brasileira, e isso não pode ser manchado.

Infelizmente a UNE tem se mantido à custa de barganhar, negociar e forjar os interesses do movimento estudantil. Tudo maculado com o Governo Federal. Muitos movimentos estudantis estão agindo e tentando impedir que estes atos inescrupulosos continuem, pois são as maiores vítimas desta traça que afirma defender os interesses dos estudantes. Até quanto? Ou apartir de quanto os interesses estudantis continuarão sendo leiloados pela UNE?

Prestar contas nem pensar. A entidade parece ter aprendido bem. E vem seguindo integralmente a cartilha lulopetista. Aprendeu a fraudar convênios, forjar orçamentos, falsificar e alterar documentos, omitir irregularidades, utilizar empresas fantasmas para aquisição de verbas. Como bem declarou os jornais Estadão e Folha de S. Paulo.

A UNE está em crise! Não só de identidade. Não de ideologia. Não só de bandeiras. A sua credibilidade está em crise. Tanto que existem inúmeros movimentos estudantis que não reconhecem a entidade como sua legitima representante há anos. Que situação. São 60 anos soterrados à fossa. A rivalidade entre o comunismo e o capitalismo foi derrocada pela UNE. A UNE se tornou uma obsolescência.

Os estudantes devem continuar inconformados, insaciados, idealistas. Com muita personalidade para transformar o nosso país (mesmo que de forma diferente de décadas atrás). Devem continuar suas lutas em prol do movimento estudantil. Não é por falta de postura ilibada da UNE que as atividades estudantis devem se cessar. Ao contrário. Combatam a corrupção. A UNE entrou em decadência. Vem perdendo representatividade, mobilização e respeito dos estudantes brasileiros.

Mas o intuito deste artigo é parabenizar você estudante, por seu constante inconformismo, por seus insaciáveis anseios, por suas incansáveis batalhas. Porque você sim deve ser sempre homenageado por toda a sua trajetória na história e na construção da democracia brasileira. Vocês fazem parte do passado, do presente e do futuro do nosso país. Minhas sinceras saudações é pra você, estudante brasileiro!

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