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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

ESTADO LAICO

Johnathan Ferreira
www.twitter.com/johnathanfer

Na exibição de hoje do programa global Na Moral, comandado por Pedro Bial, me senti provocado por um turbilhão de reflexões (afinal o tema era muito bom). Entre as principais, destaco: respeito e preconceito. De início quero deixar claro que professo o catolicismo. Essa é a minha fé. É o que creio.

Acho importante ressaltar que a nossa crença (ou não) não deve estar ligada simplesmente ao Estado laico em que vivemos, mas sim consolidados sob os alicerces do respeito e da integração do ser humano no seio social. Sou totalmente intolerante contra o desrespeito e o preconceito. E não é por crer nas doutrinas do catolicismo que me sinto melhor que alguém. Me sinto feliz. Me sinto bem. Me sinto forte e amparado por Deus. Mas não melhor.

Não devemos professar uma religião ou uma filosofia com o intuito de querer ser superior a outrem, e sim com o escopo de absorver ainda mais humildade para comungar com o próximo. Respeitar (como cristão) o livre arbítrio. Respeitar (como ser humano) a liberdade individual. Respeitar (como ser social) as manifestações diversas.

O preconceito está (infelizmente) intrisecado no ser humano. É natural. Não sei se é cultural. Acredito ser uma questão ligada a nossa essência. Mas devemos desapegar, expurgar isso de nós. Não nos permitir a isso. E dar lugar ao amor e ao respeito. Isso sim é saudável, é benigno. É uma superioridade que devemos ter, ao mesmo tempo mantendo-a no campo espiritual.

Por fim, deixo a seguinte reflexão: "Não é correto impor a nossa fé ou ideologia como a melhor e mais correta. Porque não é. O amor, o respeito e a igualdade são alicerces básicos para que sejamos promissores em nossas missões individuais e coletivas. Esses são os sentimentos que devem ser elevados. O homem por si só é um ser social. Mas nem sempre sabe viver em sociedade. E volto a frisar, o respeito é o caminho".

terça-feira, 30 de julho de 2013

E agora?

Johnathan Ferreira
www.twitter.com/johnathanfer

Após seqüência de erros na delegação de estratégias para tentar contornar as crises internas e externas vivenciadas nos últimos meses no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Roussef já aparenta o tom atônito do qual passa o Governo Federal.

A primeira crise se estabeleceu na composição dos Ministérios. A distribuição de pastas a serem repartidas para os partidos da base do Governo, ainda não tiveram suas feridas cicatrizadas. E o pior, foi intensificada após lideranças petistas se manifestarem em favor da diminuição do número de Ministérios para o PMDB. E qual atitude foi tomada? São mesmo necessários 39 Ministérios para garantir governabilidade? Somente o PMDB (que ocupa 5 ministérios) deve sofrer redução? Somente o PMDB se envolveu em escândalos comandando ministérios? Enfim, é aguardar pra ver nada acontecer.

A segunda crise, também ainda não restabelecida, aconteceu com a seqüência de escândalos envolvendo diversos partidos da base aliada do Governo. Somaram 5 (cinco) ministro "depostos" por envolvimento em escândalos somente no primeiro ano de Governo. A Controladoria-Geral da União afirma que irregularidades no Governo somam R$ 682 milhões de prejuízos aos cofres públicos. Qual atitude contundente tomada pelo Planalto? Que medida foi feita para estancar as irregularidades latentes no Governo Federal? Nada. Como bem disse o Sen. Álvaro Dias (PSDB-SP): "Novos ministros, velhos problemas".

A terceira crise se fez valer pela ultima onda de manifestações por todo território nacional, onde a bandeira mais forte foi a de combate a corrupção. A sociedade demostrou também total insatisfação com as prioridades do Governo, deixando claro não serem estas as mesmas prioridades da população brasileira. E muitas lições foram deixadas. Os recados foram dados a todo e qualquer político brasileiro. Isso é evidente. Mas se analisarmos sobre as atitudes inábeis do Planalto, observemos: 1ª) Convocar Constituinte Exclusiva - convocar um ato político extremo que (de acordo com a Constituição) tenha como objetivo um efetivo alcance modificativo onde o interesse constitucional seja maior que o interesse parlamentar, e que seja dominante no quadro institucional da ordem jurídica vigente, em uma situação de total imaturidade nas discussões referentes a reforma política brasileira. Uma insanidade política; 2ª) Convocar plebiscito - mais um ato político inábil, que na conjuntura política atual, de total inconformismo, de debates imaturos, de problemáticas desaborosas, de incertezas primarias, de ausência de projetos concretos, e além de tudo, de crise de representatividade. Como, considerando as problemáticas expostas, é possível se quesitar uma reforma política (que é um tema complexo), onde as possibilidades de resposta da sociedade serão limitadas a um sim ou a um não, se resolva, ou ao menos, se aproxime das expectativas da sociedade? Improvável, pois a sociedade não quer ser questionada. Ela quer respostas; e 3ª) Dificuldades enfrentadas nas relações institucionais entre Executivo e Legislativo - desde o inicio do ano o Planalto tem tido dificuldade para dialogar com o Congresso Nacional, no que tange temas institucionais. Em meio de uma crise institucional, abarcada a uma crise externa, como aproximar ambos os Poderes para se buscar uma real consonância com os interesses da sociedade? Eis a questão.

A quarta crise, e mais recente, é com relação aos médicos. O Governo Federal lançou um programa "revolucionário" para a saúde pública brasileira, na tentativa de suprir a "falta" de médicos no país, o Itamaraty teve a brilhante idéia de importar 6 mil médicos cubanos. O Paraguai rejeitou a emigração de médicos cubanos no país pela formação medíocre dos médicos da ilha. Reflitemos. Falta médicos no Brasil? Há necessidade real para tal atitude? Não é o que temos visto nas manifestações dos profissionais da saúde por todo o Brasil, que reivindicam melhores condições de trabalho e valorização destes profissionais. Mais um ato populista do Governo notavelmente percebido pelos brasileiros. Resultado disso, queda livre nos índices de aprovação e popularidade da presidente da República. E agora, Dilma?

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