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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A Importância de investimentos no ensino profissional e tecnológico em Goiânia

Johnathan Ferreira
www.twitter.com/johnathanfer

Há cem anos atrás o presidente Nilo Peçanha, percebendo a deficiência educacional e profissional da sociedade daquela época, criou a Escola de Aprendizes Artífices com o escopo de dar qualificação profissional às pessoas, e que até então não existia no Brasil. Por meio da Lei 11.892/2008 foram recriados 38 institutos federais em todo o país, sendo rebatizados de Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET), que antes eram conhecidos como Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET).

Noticia-se que houve nos últimos anos um relevante aumento de institutos federais no país e que ultrapassaram o índice de 80%, considerando os aprovados nos orçamentos da União até o ano de 2010. Após análise, identificamos que a realidade é bem diferente, pois os institutos federais que foram conclusos não ultrapassam 20%, comprovando-se uma verdadeira politicagem realizada sobre os IFETs, e pior ainda, sobre os graves problemas que enfrentam a educação e a profissionalização neste país.

O problema não é diferente em Goiânia, que necessita urgentemente de mais um campus do IFET na cidade, pois o único que temos não consegue suprir a demanda da Capital. Hoje o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – (IFG) campus Goiânia atende em média 3 mil alunos, o que é muito pouco para uma cidade com um número de aproximadamente 250 mil jovens.

Cidades como Petrolina-PE e Colatina-ES, que contam cada uma com dois campi do instituto federal, têm uma população de aproximadamente 250 mil habitantes, ou seja, estas cidades têm uma população proporcional ao número de jovens de nossa Capital.

O Senador Marconi Perillo (PSDB-GO) conseguiu no início deste ano a aprovação de um projeto de sua autoria no Senado Federal, o PLS 534/2009 que trata da autorização para que a União execute a construção de mais um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) em nossa capital, mais precisamente na região noroeste de Goiânia.

A aprovação desse projeto de lei dá a nossa cidade um importante passo rumo à ampliação e a maiores investimentos para o ensino profissional e tecnológico. O projeto de lei foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Educação e Cultura e também pela Mesa Diretora, ambas do Senado Federal.

Nesse projeto, em seu teor, foi exclamado que o nível de desemprego é bastante elevado, no que penaliza a sua população, formada, primordialmente, por jovens com menos de 29 anos de idade. Revelou ainda que, a necessidade premente de investimentos na área educacional, tendo em vista o analfabetismo local e a formação apenas prática das pessoas, que atinge 14,9% de seus habitantes.

O Governo Serra deu ênfase aos ETECs e FATECs em São Paulo, onde houve um crescimento real de 58% de profissionalização e qualificação tecnológica naquele Estado proporcionalmente, o que é muito importante. A ampliação destas escolas tecnológicas estaduais promoveu uma mudança ressaltiva na vida das pessoas, que alcançaram o estágio da garantia de emprego pela sua qualificação profissional.

A parceria de José Serra, Geraldo Alckmin e Paulo Renato neste projeto foi muito importante, eficiente e amplamente visível nos campos qualitativos e quantitativos, além de perceptível no êxito dos mesmos.

É de grande relevância ressaltar que com os IFETs ocorreu o contrário, pois a distribuição de núcleos de ensino tecnológico atuou de forma retardada buscando apenas favorecer políticas especulativas, de modo que veio a favorecer apenas as suas bases governistas e não onde realmente precisa, criando-se na verdade a superoferta. Com isso a população ficou a míngua, apenas acumulando expectativas de soluções rápidas e necessárias do Governo.

Há algumas semanas a Ministra Dilma Roussef declarou, com total desconhecimento, que: “os tucanos não valorizam o ensino técnico em nosso país”. Ficou bem claro que a ex-ministra Dilma Roussef não está acompanhando os bons e exemplares trabalhos educacionais desempenhados por esses bravos e competentes gestores públicos.

A verdade é que o nosso país vive um "apagão" de profissionais técnicos, enquanto em países europeus, como a Alemanha, há cinco pessoas com formação técnica para cada um com formação superior. No Brasil a realidade é inversa, para cada cinco pessoas com formação superior existe apenas um com formação técnica.

Isso é péssimo, e emperra o crescimento de nosso país, pois é preciso entender que o que tirará o povo brasileiro da dependência de programas sociais que vinculam a população de modo ad perpetuam é a democratização das oportunidades. Somente depois de dada ênfase na promoção de oportunidades de crescimento pessoal, poderemos pensar em crescimento econômico.

É preciso valorizar mais o ser humano, dignificar as pessoas, dar solidez as famílias e investir maciçamente na educação e na profissionalização tecnológica. É preciso dar oportunidade a quem precisa, e só assim conseguiremos um verdadeiro crescimento econômico, educacional e cultural, democratizando oportunidades por meio da isonomia, do avanço e do progresso, proporcionando direitos de forma real e igualitária às pessoas.


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